quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Luz, câmera, ação

Vou mandar fazer uma vida igual a nossa, meu amor.
Pode escrever aí, vou chamar roteirista, figurinista, cenógrafo e um grande diretor.
E vai ganhar até Oscar, você vai ver. Tudo aquilo que a gente viveu eu vou viver, cada lágrima, alegria e emoção, com direito a luz, câmera e ação.
Vai ter uma atriz famosa pra viver o seu papel. E ela vai aprender tudo que eu nunca esqueci sobre você. O jeito como você sorria, andava, me olhava meio de lado quando a gente brigava. E eu, também, vou fazer tudo igual. Vai ser tudo relançado, do começo até o final. Nossa vida, em edição especial.
Nosso primeiro beijo, nossas brigas e intrigas, nossa vida. Nossos apelidos, linda, lindo, paixão, querida. Está tudo no roteiro, o nosso amor inteiro, todo escrito a mão e enviado para o estúdio, esperando aprovação.
E se calhar de me deixarem dirigir, ou no mínimo editar, já garante o seu ingresso, não deixa de comprar, uma poltrona bem na frente, pra quando o filme estrear. Pra reviver no escuro, com pipoca e coca-cola, tudo aquilo que passou. E fica até depois dos créditos, porque o filme não acabou. Se deixar vou colocar, bem escondido pra ninguém notar, um final diferente, só pra gente. Com beijo na chuva e despedida e música de fundo, e todo mundo vai chorar, meu amor. O final que a gente nunca teve a gente finalmente vai ganhar, se não no lançamento original, pelo menos na versão do diretor.

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