sábado, 16 de fevereiro de 2013

Sem Título

Procuro teu rosto nas multidões
da Avenida Paulista
Te encontro duas ou três vezes por semáforo
Em rostos desconhecidos

Procuro teu sorriso no cruzamento
da Brasil com a Rebouças
Fechando o vidro pro menino que vende drops
O mundo é tão estranho

Procuro você nos velhos restaurantes
E bares que guardam memórias
De dias mais felizes ao teu lado
Quando quase tudo era azul

Procuro você no meu quarto
Na minha cama, meu sofá, embaixo do meu prédio
Onde via teu rosto da janela e corria calçar o velho All Star
E descia pra te dar um beijo

Mas não te encontro mais, menina

Quando criança os adultos já falavam
"se perder no shopping fica no mesmo lugar
espera parado, não se mexe, até vir alguém te procurar"

Entre avenidas e cruzamentos e velhos restaurantes e meu quarto
Eu vou parar, quieto, obediente, eu vou parar
Entre memórias e rostos e semáforos eu vou parar
Esperando você me encontrar

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