domingo, 27 de setembro de 2009

Da Janela

Outro dia vi um menino passando na rua,
enquanto olhava da janela.
Me lembrou alguem, que eu não vejo já faz tempo
De dentro da memoria, lembrei-me de mim mesmo

Tive vontade de correr, de gritar e lhe dizer
Ei menino, larga essa mochila, amanhã você estuda
Chama teus amigos e va brincar na rua
Esse tempo passa rapido, e na tua vida tudo muda

Queria muito lhe falar, queria muito lhe dizer
Tanta coisa que eu sofri pra aprender
Não, não amarre teu sapato, seja desleixado
Não tire notas boas, não viva preocupado

Quero muito ensinar, as coisas que eu sei
Pra não ver ele chorar, tudo que eu chorei
Não pense em ser grande, não queira tudo agora
Mais tarde a vida pega tudo e leva embora

Queria tanto lhe alcançar, lhe abraçar e lhe dizer
Que tenha orgulho dele mesmo, que seja o que quer ser
Queria tanto lhe dizer, queria tanto lhe falar,
Nunca esqueça dos teus sonhos, nunca esqueça de sonhar


Tinha tanta coisa pra dizer
Nem sabia por onde começar
Quando finalmente o alcancei
Ele se virou e me olhou
Com aqueles olhos inocentes que uma dia conheci
Não sabia o que dizer, não sabia o que falar
O menino foi embora, eu fiquei calado
Olhando ele partir, de cadarço amarrado
Tentei tanto lhe falar, tentei tanto lhe dizer
Sentei e chorei, na calçada da minha rua
E num surruro, gritei
Menino, volta aqui, que estas lagrimas são tuas

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