sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Para esse dia das bruxas, a bailarina resolveu se vestir de dona de casa.

Todo mundo saiu assustado quando viu a menina de cabelo enrolado, um olhar meio cansado, guardando o esfregão, esperando o marido chegar do bar, o telefone na orelha em uma mão, na outra uns calos e um esfregão.  

super-herói foi pro baile de executivo ressentido. Queria ter sido escultor, a faculdade levou pra outro caminho, hoje em dia é gerente que quer ser diretor, gosta muito de queijo e de vinho, dorme em lençol de linho e não chama mais a esposa de amor. 

O jogador de futebol se vestiu de menino de rua. Fingiu que não tinha gingado na perna, nem uma casa moderna e nem um bairro nobre pra ver da janela. Fingiu que a sorte nunca o tirou da favela.  

E a atriz de novela? Foi de gordinha sem amigos. Se vestiu de uma pessoa legal, sem nada de muito especial. Por dentro é um amor, mas a fantasia espanta só da aparência que tem no exterior. Fingiu que não era bonita, não tinha jeito, não falava direito. Grudou na fantasia um monte de defeito. Fingiu que não tinha o corpo perfeito. 

O namorado foi de coração colado. Ninguém sabia do término e que ela já estava com outro, um amigo da escola. Juntou durexsuper bonder e cola. Grudou o coração. Já tem uma lista de mulheres pra tentar outra paixão. Apareceu no baile vestido de superação. 

E a bruxa, o vampiro e o esqueleto estavam todos de preto. Sombrinha, terno, óculos e roupa de inverno. Um olhar sério e um andar lento, um jeito de quem já não tem tempo. De que a vida passou e sobrou o escritório e o vale-alimentação. Foram vestidos do fim das fantasias e das brincadeiras e de começo da vida adulta. Foram vestidos para folhear catálogos de decoração, não gostar de multidão e reclamar da inflação. Foram de velório da imaginação. 
Para esse dia das bruxas, a bailarina resolveu se vestir de dona de casa. Todo mundo saiu assustado quando viu a menina de cabelo enrolado, um olhar meio cansado, guardando o esfregão, esperando o marido chegar do bar, o telefone na orelha em uma mão, na outra uns calos e um esfregão.
O super-herói foi pro baile de executivo ressentido. Queria ter sido escultor, a faculdade levou pra outro caminho, hoje em dia é gerente que quer ser diretor, gosta muito de queijo e de vinho, dorme em lençol de linho e não chama mais a esposa de amor. O jogador de futebol se vestiu de menino de rua. Fingiu que não tinha gingado na perna, nem uma casa moderna e nem um bairro nobre pra ver da janela. Fingiu que a sorte nunca o tirou da favela.
E a atriz de novela? Foi de gordinha sem amigos. Se vestiu de uma pessoa legal, sem nada de muito especial. Por dentro é um amor, mas a fantasia espanta só da aparência que tem no exterior. Fingiu que não era bonita, não tinha jeito, não falava direito. Grudou na fantasia um monte de defeito. Fingiu que não tinha o corpo perfeito.
O namorado foi de coração colado. Ninguém sabia do término e que ela já estava com outro, um amigo da escola. Juntou durex, super bonder e cola. Grudou o coração. Já tem uma lista de mulheres pra tentar outra paixão. Apareceu no baile vestido de superação.
E a bruxa, o vampiro e o esqueleto estavam todos de preto. Sombrinha, terno, óculos e roupa de inverno. Um olhar sério e um andar lento, um jeito de quem já não tem tempo. De que a vida passou e sobrou o escritório e o vale-alimentação. Foram vestidos do fim das fantasias e das brincadeiras e de começo da vida adulta. Foram vestidos para folhear catálogos de decoração, não gostar de multidão e reclamar da inflação. Foram de velório da imaginação.

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