domingo, 31 de julho de 2011

No Centro da Cidade

Toda noite os mesmos olhos afogados
No mesmo mar que eu fui encontrado
Por outros como eu

Em cada corpo um peso imenso
Em cada mente mil tormentos
Parecidos com o meu

Sombra luz cigarro e bebida
Passarela de memorias esquecidas
Que ninguém viveu

A meretriz chora palavras do poeta
Sentada bebe, já conhece essa festa
Esse mundo é tão seu

O velho homem busca na bebida
Um reflexo antigo de uma antiga vida
Uma vida que morreu

E as vezes um olhar cruza com o outro
Em um respeito mutuo pelos loucos
Que o mundo já esqueceu

E no fim da noite lagrimas e copos
Almas tristes arrastando os corpos
Porque o dia amanheceu

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