Já que eu não escrevo nada novo a séculos, uma letra de musica que eu escrevi faz tempo, só pro blog não morrer:
She saw him for the first time
Just outside Ricky's Bar
Smoking and drinking
His back against his car
Her mother said "he's no good, don't go calling him tonight"
But everytime she saw his face, she knew he was alright
And everytime he looked at her
He'd think "she is the one"
And everytime he kissed her lips
She'd fall in love again
They got married in Semptember
And the rain was like a sign
There will be peace, said the wind
But the sun will never shine
May God have mercy
On the innocent and young
Who belive in love and sing
All those songs that can't be sung
And they lived and died together
Like two heroes in the war
But the love and all those feeling
Where left to die in Ricky's bar
They tried to warn them
It was too late
It had to happen
It couldn't wait
Love aways dies
Love cannot last
And now forever
Is in the past
It had to happen
I guess it's fate
When all the love, in the world
Can turn to hate
segunda-feira, 11 de abril de 2011
domingo, 27 de março de 2011
O Trem da Meia Noite
O Trem da Meia Noite
Um dia eu vou acordar no trem da meia noite, longe de tudo.
E eu vou andar pelos corredores e ver as pessoas, e todo mundo vai estar dormindo e eu vou ouvir o ruído abafado do trem cortando a madrugada.
E vou inventar uma história para cada figura que eu passar. O velho sozinho é um poeta louco caído em desgraça. O casal abraçado foge da família para casar em segredo.
E eu vou olhar pela janela, e vou ver neve. E pequenas casinhas com uma ou duas luzes amarelas acessas vão passar zunindo, e eu vou me perguntar quem mora ali, e vou achar tudo isso muito bonito.
Vou chegar no vagão-restaurante, e ele vai estar fechado. E eu vou passar pelas mesas vazias e ouvir o tilintar dos pratos e copos balançando com o trem, e vou achar isso bem bonito também.
E eu vou sentar no balcão do bar e fingir que falo com um barman britânico e misterioso, e vou pedir um Martini com uma voz ridícula.
E então eu vou levantar e começar meu caminho de volta. E vai ser bem tarde já, um pouco antes do amanhecer, mas bem escuro também. E eu vou sentir como se o mundo inteiro fosse o quarto de um menino entediado, e o trem que me leva pra longe circula entre a cama e a televisão e a porta, dando a volta no quarto do garoto-Deus que colocou a gente aqui e falou que ia ser bom.
Vou reparar nas pessoas na volta também, a maioria vai estar dormindo, mas algumas vão começar a acordar junto com os primeiros raios de sol, que atravessam as janelas de vidro em pequenos mosaicos formados pelos pinheiros que cercam os trilhos lá fora.
E eu vou chegar de volta ao meu lugar, abrir a cortina e olhar o chão branco de neve passando rápido e me ver refletido na janela, com um olhar bem diferente do que eu tenho hoje. E isso vai ser legal. Vai ser bonito. E o sol vai nascer e o dia vai começar. E eu nem vou lembrar direito para onde me leva esse trem. E eu acho que isso eu vou achar mais bonito e legal do que tudo.
É. Um dia eu vou acordar no trem da meia noite.
Um dia eu vou acordar no trem da meia noite, longe de tudo.
E eu vou andar pelos corredores e ver as pessoas, e todo mundo vai estar dormindo e eu vou ouvir o ruído abafado do trem cortando a madrugada.
E vou inventar uma história para cada figura que eu passar. O velho sozinho é um poeta louco caído em desgraça. O casal abraçado foge da família para casar em segredo.
E eu vou olhar pela janela, e vou ver neve. E pequenas casinhas com uma ou duas luzes amarelas acessas vão passar zunindo, e eu vou me perguntar quem mora ali, e vou achar tudo isso muito bonito.
Vou chegar no vagão-restaurante, e ele vai estar fechado. E eu vou passar pelas mesas vazias e ouvir o tilintar dos pratos e copos balançando com o trem, e vou achar isso bem bonito também.
E eu vou sentar no balcão do bar e fingir que falo com um barman britânico e misterioso, e vou pedir um Martini com uma voz ridícula.
E então eu vou levantar e começar meu caminho de volta. E vai ser bem tarde já, um pouco antes do amanhecer, mas bem escuro também. E eu vou sentir como se o mundo inteiro fosse o quarto de um menino entediado, e o trem que me leva pra longe circula entre a cama e a televisão e a porta, dando a volta no quarto do garoto-Deus que colocou a gente aqui e falou que ia ser bom.
Vou reparar nas pessoas na volta também, a maioria vai estar dormindo, mas algumas vão começar a acordar junto com os primeiros raios de sol, que atravessam as janelas de vidro em pequenos mosaicos formados pelos pinheiros que cercam os trilhos lá fora.
E eu vou chegar de volta ao meu lugar, abrir a cortina e olhar o chão branco de neve passando rápido e me ver refletido na janela, com um olhar bem diferente do que eu tenho hoje. E isso vai ser legal. Vai ser bonito. E o sol vai nascer e o dia vai começar. E eu nem vou lembrar direito para onde me leva esse trem. E eu acho que isso eu vou achar mais bonito e legal do que tudo.
É. Um dia eu vou acordar no trem da meia noite.
domingo, 23 de janeiro de 2011
De Sonhos Mal Acabados
Resolvi assistir a uns vídeos de minha infância. Minha tia, abençoada seja, comprou uma câmera lá pelo começo dos anos 90 para documentar os momentos de família daquela nova geração que acabava de ter filhos. Duvido que imaginasse que aquele menino cabeçudo e inquieto dos vídeos um dia ia pedir essas gravações emprestadas, buscando, no seu passado, a resposta para seu futuro. Pois minha tia, sem saber, documentou também os primeiros anos de minha vida. Mas eu peguei os vídeos e levei-os para casa. E voltei no tempo por uns segundos. Vi a casa de minha bisavó, que tinha um balanço complicado de montar, em que eu costumava brincar. Vi meu primo, hoje com 30 anos e trabalhando de gravata, inseguro e sorridente, do alto de seus doze anos. Vi meus pais, hoje tão distantes, dividindo um mesmo cômodo, nos olhos uma despreocupação que há muito tempo foi levada pelas responsabilidades da vida. Vi minhas bisavós, hoje falecidas, olhando ainda fascinadas para o mundo em volta, como o mesmo ar que olharam para este país ao chegar aqui no começo do século, em busca de sonhos e uma vida melhor. E, no meio disse tudo, me vi. Uma criança. Um menino de nem dois anos, andando meio atrapalhado, rindo de tudo.
Olhei bem nos olhos dele. Ele olhou bem nos meus. 1991 e 2010 separados por uma velha câmera. Eu pude quase sentir sua presença, perto de mim. Quem me dera! Teria tanto para lhe dizer.
E não me importa mais essa vida agora. Não me importa mais mil e uma desgraças que me aconteçam ou qualquer infelicidade que venha bater a minha porta. Não me importa, porque eu sei que, em alguma gaveta, em algum armário empoeirado, está lá. Esse pedaço de existência congelado no tempo. Um universo paralelo onde tudo é lindo e a vida é simples. Um mundo onde eu sou para sempre uma criança, sorridente e cabeçuda. Um mundo onde minhas bisavós ainda vivem. Um mundo onde meus pais ainda se amam. Um mundo onde meu primo ainda tem doze anos. Um mundo onde aquele velho balanço que ninguém sabia montar está lá. E quem vai dizer que não é real?
Você é feliz, menino Cesar. Para sempre. Divirta-se. Deixe as preocupações e as tristezas da vida para mim. Deixa comigo que eu cuido de tudo. Brinca com tuas bisas, corre pela casa. Curte tua família unida. Deixa o resto comigo. Estou aqui para cuidar de ti.
Olhei bem nos olhos dele. Ele olhou bem nos meus. 1991 e 2010 separados por uma velha câmera. Eu pude quase sentir sua presença, perto de mim. Quem me dera! Teria tanto para lhe dizer.
E não me importa mais essa vida agora. Não me importa mais mil e uma desgraças que me aconteçam ou qualquer infelicidade que venha bater a minha porta. Não me importa, porque eu sei que, em alguma gaveta, em algum armário empoeirado, está lá. Esse pedaço de existência congelado no tempo. Um universo paralelo onde tudo é lindo e a vida é simples. Um mundo onde eu sou para sempre uma criança, sorridente e cabeçuda. Um mundo onde minhas bisavós ainda vivem. Um mundo onde meus pais ainda se amam. Um mundo onde meu primo ainda tem doze anos. Um mundo onde aquele velho balanço que ninguém sabia montar está lá. E quem vai dizer que não é real?
Você é feliz, menino Cesar. Para sempre. Divirta-se. Deixe as preocupações e as tristezas da vida para mim. Deixa comigo que eu cuido de tudo. Brinca com tuas bisas, corre pela casa. Curte tua família unida. Deixa o resto comigo. Estou aqui para cuidar de ti.
sábado, 11 de dezembro de 2010
Boa Noite, Narciso

...e ele escreveu seu nome e, de repente, ela era real. Tinha nome, sobrenome, história, um rosto, um corpo e uma personalidade. Tão real quanto sua mulher, suas antigas namoradas. E era só dele.
“Diga que me ama” E ela dizia, a tinta contra o papel branco gritando: “Eu te amo.” De novo. “Eu te amo.” De novo. E de novo, e de novo.
“Eu quero o amor real. O amor puro, o amor dos livros e das poesias. E ele não existe. Mas você existe. Você entende, não entende?” E ela entendia.
“Eu odeio minha vida. Você é tudo que eu tenho.”
Dia após dia, eles tinham um encontro marcado. Depois que a casa inteira dormia ele ia para frente da maquina de escrever e ela estava esperando. Sempre. E dizia tudo que ele queria ouvir.
“Ela já não me ama. Meus filhos nem querem saber de mim. Mas você continua aqui. Porque você não vai embora?”
“Porque eu preciso de você, sem você eu não sou nada. Não sou ninguém. Sem você eu não falo, eu não sinto, eu não penso.”
Nunca tinha amado ninguém como amava aquela mulher. Aquela deusa.
“Qual o sentido da vida? Porque eu acordo para ir trabalhar todos os dias? O amor existe? Será que só eu me pergunto essas coisas?”
“Eu me pergunto também. Eu entendo você. Eu não acho respostas senão em você.”
“Diga que me ama. Eu te amo. Você me ama?”
“Amo. Eu sempre vou te amar.”
Nunca brigavam. Nunca. Nunca tiveram uma opinião contraria. Sempre concordavam em tudo. Ele sempre sabia o que ela iria dizer, era seguro, confortável, agradável. Ela via nele todas aquelas qualidades que ninguém mais via. Nem sua mulher, nem ninguém.
“Você tem olhos lindos, sabia, querido?”
“Tenho?”
“Tem. E uma criatividade maravilhosa, que nunca foi bem compreendida.”
“Eu te amo. Diz que me ama.”
“Eu te amo.”
“De novo.”
“Eu te amo.”
“De novo. De novo. De novo.”
Três horas da manhã e ele ali, sentado na maquina, conversando com ela.
“Que barulho foi esse?”
“Não sei, acho que minha mulher acordou. Vou dormir. Amanhã, mesmo horário?”
“Estarei esperando.”
“Boa noite, Linda.”
“Boa noite, Narciso.”
Entre Gênios e Loucos
Existe uma linha tênue entre a genialidade e a loucura. É verdade.
Existe uma linha, bem definida desta vez, entre o louco gênio, o louco que quer ser gênio e o que não é nenhum dos dois, mas insinua-se ora como uma coisa, ora como outra.
A genialidade não justifica a loucura, apenas a consola. Os que buscam consolo para a própria loucura numa inexistente genialidade esquecem que loucos podem não ser gênios, mas gênios sempre serão loucos. Mas a loucura carrega consigo um peso, dentro da sua própria leveza (Kundera, meu amor), e os loucos que não são gênios vasculham e vasculham dentro de suas mentes em busca de traços de uma genialidade que ajude-os a carregar essa insustentável leveza (perdão, Kundera, perdão) e, quando não a encontram, emulam esta e tentam exalar um ar de genialidade ao redor, para que o mundo inteiro suspire aliviado e perdoe suas loucuras.
E, claro, tem os que não são uma coisa nem outra, mas aspiram ser os dois. É que o louco gênio, visto de longe, é sensual. É erótico, apaixonante, um exemplo a ser seguido. Só os loucos entendem o horror de ser louco. O são aspira ser louco porque nunca o foi. E o louco, secretamente, sonha em ser são.
Mas o louco gênio não troca sua loucura. Ele odeia sua loucura, mas sabe que ela está terrível e irremediavelmente atrelada a sua genialidade. Um abraço eterno, imutável. E, por ter nascido louco e gênio, ele se agarra a toda aquela genialidade que tira o peso da loucura, e aquilo define tudo que faz sua vida valer a pena. Se não for mais louco, não precisa mais ser gênio, mas, de tanto que foi louco, se não for mais gênio, não sabe mais ser ninguém.
E assim, numa espiral de loucura e genialidade, vivem todos aqueles que conseguem fazer aquilo que os faz loucos e gênios, que afasta a sanidade e a mediocridade: ver o mundo de fora. Como um extraterrestre. Como Deus. Como Gênio. Como Louco. Como Nós.
Existe uma linha, bem definida desta vez, entre o louco gênio, o louco que quer ser gênio e o que não é nenhum dos dois, mas insinua-se ora como uma coisa, ora como outra.
A genialidade não justifica a loucura, apenas a consola. Os que buscam consolo para a própria loucura numa inexistente genialidade esquecem que loucos podem não ser gênios, mas gênios sempre serão loucos. Mas a loucura carrega consigo um peso, dentro da sua própria leveza (Kundera, meu amor), e os loucos que não são gênios vasculham e vasculham dentro de suas mentes em busca de traços de uma genialidade que ajude-os a carregar essa insustentável leveza (perdão, Kundera, perdão) e, quando não a encontram, emulam esta e tentam exalar um ar de genialidade ao redor, para que o mundo inteiro suspire aliviado e perdoe suas loucuras.
E, claro, tem os que não são uma coisa nem outra, mas aspiram ser os dois. É que o louco gênio, visto de longe, é sensual. É erótico, apaixonante, um exemplo a ser seguido. Só os loucos entendem o horror de ser louco. O são aspira ser louco porque nunca o foi. E o louco, secretamente, sonha em ser são.
Mas o louco gênio não troca sua loucura. Ele odeia sua loucura, mas sabe que ela está terrível e irremediavelmente atrelada a sua genialidade. Um abraço eterno, imutável. E, por ter nascido louco e gênio, ele se agarra a toda aquela genialidade que tira o peso da loucura, e aquilo define tudo que faz sua vida valer a pena. Se não for mais louco, não precisa mais ser gênio, mas, de tanto que foi louco, se não for mais gênio, não sabe mais ser ninguém.
E assim, numa espiral de loucura e genialidade, vivem todos aqueles que conseguem fazer aquilo que os faz loucos e gênios, que afasta a sanidade e a mediocridade: ver o mundo de fora. Como um extraterrestre. Como Deus. Como Gênio. Como Louco. Como Nós.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
A Colombina
Longe da grande cidade
Ela espera o ano inteiro
Pelo mês de fevereiro
O carnaval leva a saudade
O homem que não volta mais
A vida que ficou pra trás
A busca eterna perdida
A procura de um pouco de paz
Dos bailes e da serpentina
Ela esquece da sua triste sina
E volta a ser menina, metida num
Velho trapo de colombina
E no fim da noite ela chora
Quando os principes já vão embora
Pros beijos doces de suas princesas
Pobre coitada a colombina
Que quer voltar a ser menina
E esquecer suas mil tristezas
Sozinha dança no velho salão
Delirante de tanta paixão
O pierrot que pede a sua mão
É luz e sombra, é só a ilusão
E assim se vai mais um carnaval
E tudo fica bem lá no final
Quando vem a luz do dia tão triste e fria
Perguntar o que fazia...
...a colombina e ela vai dizer
Que o show não pode mais parar
Que toda vida é pra viver
E todo sonho é pra sonhar
Ela espera o ano inteiro
Pelo mês de fevereiro
O carnaval leva a saudade
O homem que não volta mais
A vida que ficou pra trás
A busca eterna perdida
A procura de um pouco de paz
Dos bailes e da serpentina
Ela esquece da sua triste sina
E volta a ser menina, metida num
Velho trapo de colombina
E no fim da noite ela chora
Quando os principes já vão embora
Pros beijos doces de suas princesas
Pobre coitada a colombina
Que quer voltar a ser menina
E esquecer suas mil tristezas
Sozinha dança no velho salão
Delirante de tanta paixão
O pierrot que pede a sua mão
É luz e sombra, é só a ilusão
E assim se vai mais um carnaval
E tudo fica bem lá no final
Quando vem a luz do dia tão triste e fria
Perguntar o que fazia...
...a colombina e ela vai dizer
Que o show não pode mais parar
Que toda vida é pra viver
E todo sonho é pra sonhar
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
O Sol da Meia Noite
Era um tempo em que o tempo não importava. Uma corrida alucinante contra o nada, sem vencedores ou linha de chegada.
Eu e você, intrusos como o sol da meia noite, traziamos em nós o brilho errante que fazia da noite uma manhã de inverno.
Nos olhos teus eu via minha propria esperança, pouco a pouco dilacerada, uma idéia que vira um sonho, um sonho que vira passado, um passado
transformado em nada.
E mesmo assim procuro aquele olhar no escuro das madrugadas, tentando achar na tua imagem e na tua ausência, aquilo que perdi dentro de mim.
Não mais. Os olhos já refletem tão somente aquilo que eles vêem. O sol da meia noite fugiu, assustado com o brilho palido de uma lua desalmada.
Assim caminhamos, lado a lado, em estradas separadas, buscando reconstruir a narrativa de histórias de amor que nunca foram terminadas.
E tudo aquilo que ontem era tudo, hoje é nada.
Como a brasa incandescente e solitária, somos tudo que resta de uma chama que ha muito se apagou.
Coroando o toco de uma vela esquecida, um resto de pavio avermelhado, desenhando tristes
espirais de fumaça no vazio.
Eu e você, intrusos como o sol da meia noite, traziamos em nós o brilho errante que fazia da noite uma manhã de inverno.
Nos olhos teus eu via minha propria esperança, pouco a pouco dilacerada, uma idéia que vira um sonho, um sonho que vira passado, um passado
transformado em nada.
E mesmo assim procuro aquele olhar no escuro das madrugadas, tentando achar na tua imagem e na tua ausência, aquilo que perdi dentro de mim.
Não mais. Os olhos já refletem tão somente aquilo que eles vêem. O sol da meia noite fugiu, assustado com o brilho palido de uma lua desalmada.
Assim caminhamos, lado a lado, em estradas separadas, buscando reconstruir a narrativa de histórias de amor que nunca foram terminadas.
E tudo aquilo que ontem era tudo, hoje é nada.
Como a brasa incandescente e solitária, somos tudo que resta de uma chama que ha muito se apagou.
Coroando o toco de uma vela esquecida, um resto de pavio avermelhado, desenhando tristes
espirais de fumaça no vazio.
domingo, 18 de julho de 2010
O Homem que Viveu de Mais
No seu último dia de vida, ele acordou, tomou café e foi trabalhar.
Sentou na sua mesa, pegou seus papéis e escreveu, escreveu sem parar.
E trabalhou, trabalhou, trabalhou até o trabalho acabar.
E foi para casa, descansar.
Chegou em casa e sentou no sofá, olhou para o nada e começou a pensar.
Pensou na vida, pensou na morte, pensou em tudo aquilo que ia ficar.
Pensou, pensou, pensou em todas as pessoas que iriam chorar.
E foi para a rua, caminhar.
Caminhou pela rua sozinho e viu gente a sorrir e conversar
E pensou: "essa é a ultima vez que eu vou pensar"
Caminhou, caminhou, caminhou até não ter por onde mais passar
E voltou para casa para amar.
Viu sua mulher e seu filho pequeno na cozinha e chorou
Chorou de raiva e de inveja, e de saudade do futuro que chegou
Chorou, chorou, chorou por tudo aquilo que nunca experimentou
E foi para a cama se deitar.
E se deitou para dormir pensando nessa vida sem sentido e sem razão
E antes de dormir, olhou pro céu e pediu uma explicação
"Me da um sentido, um motivo, qualquer sombra de orientação"
E lá de cima o silêncio escureceu e entristeceu seu coração.
Fechou os olhos.
E antes do fim, pensou.
E talvez tenha sido, uma idéia ou resposta
para suas terríveis aflições.
Que são as mesmas,
Em tantos corações.
Mas já não se sabe o que foi,
Que passou por sua cabeça no final
Um pouco antes do dia clarear
Porque quem pensou,
Já não está aqui para contar.
Sentou na sua mesa, pegou seus papéis e escreveu, escreveu sem parar.
E trabalhou, trabalhou, trabalhou até o trabalho acabar.
E foi para casa, descansar.
Chegou em casa e sentou no sofá, olhou para o nada e começou a pensar.
Pensou na vida, pensou na morte, pensou em tudo aquilo que ia ficar.
Pensou, pensou, pensou em todas as pessoas que iriam chorar.
E foi para a rua, caminhar.
Caminhou pela rua sozinho e viu gente a sorrir e conversar
E pensou: "essa é a ultima vez que eu vou pensar"
Caminhou, caminhou, caminhou até não ter por onde mais passar
E voltou para casa para amar.
Viu sua mulher e seu filho pequeno na cozinha e chorou
Chorou de raiva e de inveja, e de saudade do futuro que chegou
Chorou, chorou, chorou por tudo aquilo que nunca experimentou
E foi para a cama se deitar.
E se deitou para dormir pensando nessa vida sem sentido e sem razão
E antes de dormir, olhou pro céu e pediu uma explicação
"Me da um sentido, um motivo, qualquer sombra de orientação"
E lá de cima o silêncio escureceu e entristeceu seu coração.
Fechou os olhos.
E antes do fim, pensou.
E talvez tenha sido, uma idéia ou resposta
para suas terríveis aflições.
Que são as mesmas,
Em tantos corações.
Mas já não se sabe o que foi,
Que passou por sua cabeça no final
Um pouco antes do dia clarear
Porque quem pensou,
Já não está aqui para contar.
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Antes, bem antes do sol nascer
E então, antes, bem antes do sol nascer, eles saíram. De carro. A cidade ficou para trás, pequenos pontos de luz no retrovisor.
Antes, bem antes do sol nascer, eles fugiram.
Fugiram das risadas. Fugiram do sexo. Fugiram do amor "eu-te-amo-para-sempre-enquanto-durar". Fugiram dos pais. Fugiram das anotações na mão em dia de prova.
Antes, bem antes do sol nascer, eles deixaram para trás tudo aquilo que não lhes era conveniente no mundo moderno. A saber, tudo.
Antes, bem antes do sol nascer.
Eles dirigiram, atravessaram a noite. Era tudo muito lindo e poético na cabeça dele. Ela dormia, não pensava em nada. Nem tinha como pensar. Antes, bem antes do sol nascer, ela já não existia. Nunca existiu. Antes, bem antes do sol nascer.
Ele sonhava mil e um sonhos para eles. Sonhos ridículos, absurdos. Casas escondidas no meio do nada, num oásis paradisíaco de amor e natureza. Ele sonhava acordado. Ela, dormindo, não sonhava. Nasceu antes, bem antes do sol nascer.
Mas eles ainda iriam dançar. Em uma noite fria de agosto, uma terça-feira monótona e estranha, um céu escuro e uma ou duas estrelas. E eles ali, morrendo de frio, dançando a beira-mar, em alguma praia esquecida por Deus. Ele sonhava com tudo isso, ela dormia. Antes, bem antes do sol nascer.
Tudo ficou para trás. O carro acelerava, passava um ou dois viajantes na beira da estrada. Nada mais do que uma luz na escuridão. Dirigia sozinho, isolado nesse mundo de prazeres e esquecimentos. De dias escuros e noites claras. Era tudo muito lindo.
Ela acordou. "Aonde vamos?"
"Vamos embora, meu amor, vamos embora."
Tudo estava bem. Ele iria morrer sozinho. Mas tudo estava bem. Ele escolheu não saber disso.
"Eu te amo."
Três palavras. Era mentira. Ele não se amava. Mas ao mesmo tempo, ele amava ela. Ela não amava ele, ele amava ela. Isso não fazia o menor sentido. Mas nada naquela louca noite parecia fazer sentido. Nada na vida dele nunca fez sentido, porque deveria começar agora?
Uma lágrima caiu.
No dia seguinte, alguns diriam que viram um carro vermelho passando rápido, e, dentro dele, um lunático dirigia perigosamente, rumando ao infinito. Antes, bem antes do sol nascer.
E nunca mais se ouviu falar daquele menino.
Antes, bem antes do sol nascer, eles fugiram.
Fugiram das risadas. Fugiram do sexo. Fugiram do amor "eu-te-amo-para-sempre-enquanto-durar". Fugiram dos pais. Fugiram das anotações na mão em dia de prova.
Antes, bem antes do sol nascer, eles deixaram para trás tudo aquilo que não lhes era conveniente no mundo moderno. A saber, tudo.
Antes, bem antes do sol nascer.
Eles dirigiram, atravessaram a noite. Era tudo muito lindo e poético na cabeça dele. Ela dormia, não pensava em nada. Nem tinha como pensar. Antes, bem antes do sol nascer, ela já não existia. Nunca existiu. Antes, bem antes do sol nascer.
Ele sonhava mil e um sonhos para eles. Sonhos ridículos, absurdos. Casas escondidas no meio do nada, num oásis paradisíaco de amor e natureza. Ele sonhava acordado. Ela, dormindo, não sonhava. Nasceu antes, bem antes do sol nascer.
Mas eles ainda iriam dançar. Em uma noite fria de agosto, uma terça-feira monótona e estranha, um céu escuro e uma ou duas estrelas. E eles ali, morrendo de frio, dançando a beira-mar, em alguma praia esquecida por Deus. Ele sonhava com tudo isso, ela dormia. Antes, bem antes do sol nascer.
Tudo ficou para trás. O carro acelerava, passava um ou dois viajantes na beira da estrada. Nada mais do que uma luz na escuridão. Dirigia sozinho, isolado nesse mundo de prazeres e esquecimentos. De dias escuros e noites claras. Era tudo muito lindo.
Ela acordou. "Aonde vamos?"
"Vamos embora, meu amor, vamos embora."
Tudo estava bem. Ele iria morrer sozinho. Mas tudo estava bem. Ele escolheu não saber disso.
"Eu te amo."
Três palavras. Era mentira. Ele não se amava. Mas ao mesmo tempo, ele amava ela. Ela não amava ele, ele amava ela. Isso não fazia o menor sentido. Mas nada naquela louca noite parecia fazer sentido. Nada na vida dele nunca fez sentido, porque deveria começar agora?
Uma lágrima caiu.
No dia seguinte, alguns diriam que viram um carro vermelho passando rápido, e, dentro dele, um lunático dirigia perigosamente, rumando ao infinito. Antes, bem antes do sol nascer.
E nunca mais se ouviu falar daquele menino.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
A Noite
Que fascínio é esse que exerce a lua sobre mim?
Que sombrios sonhos e quimeras são esses que parecem se esconder por detrás de cada beco escuro, de cada rua solitária, de cada bêbado sonhador?
Que se esconde atrás de cada janela iluminada na calada das madrugadas, quando a vida inteira parece não mais que um delírio confuso na mente de um ninguém que dorme sob as estrelas, escondido sob o inverno em uma casa distante no meio de lugar nenhum?
Que paixão intensa é essa que me domina quando vem a escuridão, que me faz arder como um amante apaixonado?
Que se esconde atrás de cada olhar profundo, de cada cachorro de rua? Que se esconde atrás da noite?
O dia é alegre, o dia é eufórico. A noite é poética, romântica, alucinada. O dia revela. A noite esconde. O dia se oferece. A noite seduz. O dia é para todos. A noite, para poucos.
Que magia é essa que vem depois do por-do-sol, me fazendo amar de todo o meu coração tudo aquilo que um dia já amei?
E num suspiro em silêncio, eu tento sempre estender a minha mão, fazer da noite minha amante. Ela não rejeita ou me aprova. Só me olha com seus olhos, tristes e lindos, me seduz em silêncio, me deixa sem saber se me quer, não me quer ou me ignora.
Mas ela sempre volta. Quando o sol parece iluminar tudo aquilo que me aterroriza e me entristece, vem a noite me acolher. E eu me apaixono novamente, sempre, sempre.
A noite é o meu grande amor. Porque de tudo que amo e já amei nesta vida, para tudo aquilo e todos aqueles que já entreguei meu coração, que já jurei amor eterno, foi a noite, e somente a noite, que nunca falhou em vir quando eu chamei. Nunca.
Que sombrios sonhos e quimeras são esses que parecem se esconder por detrás de cada beco escuro, de cada rua solitária, de cada bêbado sonhador?
Que se esconde atrás de cada janela iluminada na calada das madrugadas, quando a vida inteira parece não mais que um delírio confuso na mente de um ninguém que dorme sob as estrelas, escondido sob o inverno em uma casa distante no meio de lugar nenhum?
Que paixão intensa é essa que me domina quando vem a escuridão, que me faz arder como um amante apaixonado?
Que se esconde atrás de cada olhar profundo, de cada cachorro de rua? Que se esconde atrás da noite?
O dia é alegre, o dia é eufórico. A noite é poética, romântica, alucinada. O dia revela. A noite esconde. O dia se oferece. A noite seduz. O dia é para todos. A noite, para poucos.
Que magia é essa que vem depois do por-do-sol, me fazendo amar de todo o meu coração tudo aquilo que um dia já amei?
E num suspiro em silêncio, eu tento sempre estender a minha mão, fazer da noite minha amante. Ela não rejeita ou me aprova. Só me olha com seus olhos, tristes e lindos, me seduz em silêncio, me deixa sem saber se me quer, não me quer ou me ignora.
Mas ela sempre volta. Quando o sol parece iluminar tudo aquilo que me aterroriza e me entristece, vem a noite me acolher. E eu me apaixono novamente, sempre, sempre.
A noite é o meu grande amor. Porque de tudo que amo e já amei nesta vida, para tudo aquilo e todos aqueles que já entreguei meu coração, que já jurei amor eterno, foi a noite, e somente a noite, que nunca falhou em vir quando eu chamei. Nunca.
domingo, 23 de maio de 2010
Noites de Inverno
Tem noites que te pegam de repente
Te olham de frente enfrentam tua mente
E você nem sabe mais o que sente
Tanta confusão emoção tanta gente
Tanta paixão e você assim tão carente
E você se sente, nem sabe, diferente
Você não pertence a esse estranho ambiente
Quer desaparecer, inconsequentemente
Na trilha de uma estrela cadente
Agente se sente tão triste e nem sabe porque
Agente nem sabe se existe e nem quer mais viver
E tudo parece errado e o tempo parece atrasado
Tudo parece errado e parece que o mundo te deixou de lado
Te olham de frente enfrentam tua mente
E você nem sabe mais o que sente
Tanta confusão emoção tanta gente
Tanta paixão e você assim tão carente
E você se sente, nem sabe, diferente
Você não pertence a esse estranho ambiente
Quer desaparecer, inconsequentemente
Na trilha de uma estrela cadente
Agente se sente tão triste e nem sabe porque
Agente nem sabe se existe e nem quer mais viver
E tudo parece errado e o tempo parece atrasado
Tudo parece errado e parece que o mundo te deixou de lado
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Sophia e os Castelos
Quando Sophia foi à praia pela primeira vez, ficou fascinada com todos os castelos que as pessoas faziam na areia. Por toda parte, para todos os lados que olhava, Sophia via castelos. Todos a sua volta pareciam fazer a mesma coisa: construir castelos de areia.
Para não se sentir excluída, Sophia achou um canto, sentou-se, juntou um punhado de areia e começou a construir seu próprio castelo. Tão logo começou seu trabalho, reparou em algo engraçado. Algo que ninguém parecia ter notado. O mar. Sophia percebeu que o mar avançava em direção a areia. Em direção as pessoas. Em direção aos castelos. Será que ninguém percebia que, cedo ou tarde, o mar ia alcançar os castelos?
Sem querer estragar a brincadeira de todos, a menina balançou a cabeça e tentou esquecer das ondas que ameaçavam as construções. Mas, quanto mais trabalhava, mas tinha a sensação de que aquela era uma brincadeira muito boba e sem sentido. Porque perder todo esse tempo construindo um castelo que vai desmoronar?
Tentou avisar as pessoas. Mas ninguém queria ouvir. Alguns lhe falavam que construíam castelos somente para se distrair, alguns diziam que, se o castelo fosse grande o suficiente, o mar não iria destruí-lo e alguns simplesmente diziam que não havia mar algum e que ela deveria parar de pensar besteira. É verdade que uma velinha, ao ouvir Sophia falar do mar, olhou bem para a menina e falou: “Não é que você tem razão?” e foi embora da praia. Mas a maioria das pessoas não queria ouvir falar de mar nenhum.
Sem saber bem o que fazer, Sophia resolveu voltar para seu castelo. Construiu bonitas torres e um lindo muro e uma ponte grande e imponente. Passou horas construindo, mas, a cada segundo, Sophia sentia o mar chegando mais perto, e isso a enchia de temor.
Finalmente o mar derrubou um castelo. Sophia deu um grito de horror ao ver o que tinha acontecido. Mas ninguém mais notou. Ou ninguém pareceu notar. Todos estavam entretidos com seus próprios castelos, e ninguém queria saber do castelo dos outros.
Horrorizada, Sophia continuou trabalhando e tentou esquecer do mar. Mas, vez ou outra, olhava na direção do mar e podia vê-lo chegando, cada vez mais perto, cada vez mais ameaçador.
E assim foi o dia de Sophia na praia. No final, todos os castelos foram destruídos pelo mar e só sobrou o de Sophia. E então, Sophia não podia mais fingir que o mar não existia, e não podia mais fingir que seu castelo iria durar para sempre. E Sophia olhou para todos em volta e perguntou, em um grito:
“Porque vocês me deixaram construir esse castelo? Porque não me avisaram que ele estava fadado? Porque continuaram construindo os seus castelos quando sabiam muito bem que eles não iriam durar? Porque fizeram isso comigo?”
Ninguém respondeu.
Para não se sentir excluída, Sophia achou um canto, sentou-se, juntou um punhado de areia e começou a construir seu próprio castelo. Tão logo começou seu trabalho, reparou em algo engraçado. Algo que ninguém parecia ter notado. O mar. Sophia percebeu que o mar avançava em direção a areia. Em direção as pessoas. Em direção aos castelos. Será que ninguém percebia que, cedo ou tarde, o mar ia alcançar os castelos?
Sem querer estragar a brincadeira de todos, a menina balançou a cabeça e tentou esquecer das ondas que ameaçavam as construções. Mas, quanto mais trabalhava, mas tinha a sensação de que aquela era uma brincadeira muito boba e sem sentido. Porque perder todo esse tempo construindo um castelo que vai desmoronar?
Tentou avisar as pessoas. Mas ninguém queria ouvir. Alguns lhe falavam que construíam castelos somente para se distrair, alguns diziam que, se o castelo fosse grande o suficiente, o mar não iria destruí-lo e alguns simplesmente diziam que não havia mar algum e que ela deveria parar de pensar besteira. É verdade que uma velinha, ao ouvir Sophia falar do mar, olhou bem para a menina e falou: “Não é que você tem razão?” e foi embora da praia. Mas a maioria das pessoas não queria ouvir falar de mar nenhum.
Sem saber bem o que fazer, Sophia resolveu voltar para seu castelo. Construiu bonitas torres e um lindo muro e uma ponte grande e imponente. Passou horas construindo, mas, a cada segundo, Sophia sentia o mar chegando mais perto, e isso a enchia de temor.
Finalmente o mar derrubou um castelo. Sophia deu um grito de horror ao ver o que tinha acontecido. Mas ninguém mais notou. Ou ninguém pareceu notar. Todos estavam entretidos com seus próprios castelos, e ninguém queria saber do castelo dos outros.
Horrorizada, Sophia continuou trabalhando e tentou esquecer do mar. Mas, vez ou outra, olhava na direção do mar e podia vê-lo chegando, cada vez mais perto, cada vez mais ameaçador.
E assim foi o dia de Sophia na praia. No final, todos os castelos foram destruídos pelo mar e só sobrou o de Sophia. E então, Sophia não podia mais fingir que o mar não existia, e não podia mais fingir que seu castelo iria durar para sempre. E Sophia olhou para todos em volta e perguntou, em um grito:
“Porque vocês me deixaram construir esse castelo? Porque não me avisaram que ele estava fadado? Porque continuaram construindo os seus castelos quando sabiam muito bem que eles não iriam durar? Porque fizeram isso comigo?”
Ninguém respondeu.
domingo, 16 de maio de 2010
Um Grito na Noite
Quero sair desse mundo
Desse mundo de encontros e risadas
E festas intermináveis
Quero sair desse mundo
De sexo e de alegria
De fantasia e de euforia
Esse mundo sem poesia
De confiança e traição
Sem tédio e sem emoção
Esse mundo estranho e errado
Que caminha a passos largos
Em direção a perfeição
Esse mundo, não quero mais esse mundo
Que nunca me aceitou, nunca me quis
Não quero mais participar
Não quero saber dessa festa
Que ninguem me convidou
Se é para mudar, para se encaixar em alguma forma padronizada
E no resultado adicionar pequenos pedaços de personalidade partida
E chamar isso de individualização,
Eu? Eu digo não.
Me enojam esses sorrisos
Me enojam esse orgasmos
Me enoja esse gozo eterno
Esse desespero hedonista
Me enoja essa vida que tem de ser vivida
Do primeiro ao ultimo minuto
Intensamente
Não quero saber de seus amigos
Não quero saber de suas drogas
De seus encontros de seu namorado
Não quero saber de nada que você tem a oferecer
Você que vive, que dança, que aproveita,
Que absorve tudo ao seu redor
Se encheu tanto de vida e de prazer
Se encheu tanto de alegria e de paixão
Que perdeu tudo que tinha em você
Perdeu tudo que valia e não se importou
Valeu a pena?Valeu a pena? Ganhou
emoção, paixão e ilusão
Ganhou tudo isso
Mas em retorno, abriu mão de tua razão.
Que pena.
Valeu a pena?
Desse mundo de encontros e risadas
E festas intermináveis
Quero sair desse mundo
De sexo e de alegria
De fantasia e de euforia
Esse mundo sem poesia
De confiança e traição
Sem tédio e sem emoção
Esse mundo estranho e errado
Que caminha a passos largos
Em direção a perfeição
Esse mundo, não quero mais esse mundo
Que nunca me aceitou, nunca me quis
Não quero mais participar
Não quero saber dessa festa
Que ninguem me convidou
Se é para mudar, para se encaixar em alguma forma padronizada
E no resultado adicionar pequenos pedaços de personalidade partida
E chamar isso de individualização,
Eu? Eu digo não.
Me enojam esses sorrisos
Me enojam esse orgasmos
Me enoja esse gozo eterno
Esse desespero hedonista
Me enoja essa vida que tem de ser vivida
Do primeiro ao ultimo minuto
Intensamente
Não quero saber de seus amigos
Não quero saber de suas drogas
De seus encontros de seu namorado
Não quero saber de nada que você tem a oferecer
Você que vive, que dança, que aproveita,
Que absorve tudo ao seu redor
Se encheu tanto de vida e de prazer
Se encheu tanto de alegria e de paixão
Que perdeu tudo que tinha em você
Perdeu tudo que valia e não se importou
Valeu a pena?Valeu a pena? Ganhou
emoção, paixão e ilusão
Ganhou tudo isso
Mas em retorno, abriu mão de tua razão.
Que pena.
Valeu a pena?
sábado, 1 de maio de 2010
A Sina do Artista
A sina do artista é nunca apaixonar-se por um semelhante por completo. É viver fadado a estar sempre incompleto.
A sina do artista é nunca estar feliz quando não está só. A sina do artista é nunca não estar só.
A sina do artista é ser obrigado a respirar somente pela arte. A sina do artista está em viver sempre e somente pela arte.
A sina do artista é viver para sempre na platéia, assistindo a vida. A sina do artista é observar de longe, nunca e jamais entender a vida.
A sina do artista é ser todos, quando faz a sua arte. A sina do arista é ser ninguém, pois depois tudo vai embora e só sobra a arte.
A sina do artista é viver apaixonado, mas apaixonado por ninguém. Não entende como pode um ser comum apaixonar-se tão intensamente por outro ser qualquer. Pois o artista, o verdadeiro artista, aquele que nunca teve escolha, só consegue amar mesmo o conceito do amor. E é assim que vira artista. Assim que faz arte.
A sina do artista é nunca estar feliz quando não está só. A sina do artista é nunca não estar só.
A sina do artista é ser obrigado a respirar somente pela arte. A sina do artista está em viver sempre e somente pela arte.
A sina do artista é viver para sempre na platéia, assistindo a vida. A sina do artista é observar de longe, nunca e jamais entender a vida.
A sina do artista é ser todos, quando faz a sua arte. A sina do arista é ser ninguém, pois depois tudo vai embora e só sobra a arte.
A sina do artista é viver apaixonado, mas apaixonado por ninguém. Não entende como pode um ser comum apaixonar-se tão intensamente por outro ser qualquer. Pois o artista, o verdadeiro artista, aquele que nunca teve escolha, só consegue amar mesmo o conceito do amor. E é assim que vira artista. Assim que faz arte.
domingo, 25 de abril de 2010
Minha Arte Vazia
Quero um dia escrever
Uma poesia pra expor
Nada e coisa alguma
Pra dizer coisa nenhuma
Uma poesia sem mensagem
Sem contexto e sem imagem
Sem começo, meio ou fim
Um entendiante pedaço escrito
De mim
E quase ninguém vai ler
E quem ler não vai gostar
E quem gostar não vai entender
E quem entender vai odiar
Porque ela vai existir
No limite da existência
Sem conteudo, sem alma
Sem contexto e sem essência
Ela vai existir
Só por existir
Minha poesia,
Minha arte vazia,
Que um dia vou fazer
Pode ter certeza, vai ser
Como eu e você
Sem nunca entender
Porque existe
Sem nunca saber
Seu motivo de viver
Uma poesia pra expor
Nada e coisa alguma
Pra dizer coisa nenhuma
Uma poesia sem mensagem
Sem contexto e sem imagem
Sem começo, meio ou fim
Um entendiante pedaço escrito
De mim
E quase ninguém vai ler
E quem ler não vai gostar
E quem gostar não vai entender
E quem entender vai odiar
Porque ela vai existir
No limite da existência
Sem conteudo, sem alma
Sem contexto e sem essência
Ela vai existir
Só por existir
Minha poesia,
Minha arte vazia,
Que um dia vou fazer
Pode ter certeza, vai ser
Como eu e você
Sem nunca entender
Porque existe
Sem nunca saber
Seu motivo de viver
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