Quando Sophia foi à praia pela primeira vez, ficou fascinada com todos os castelos que as pessoas faziam na areia. Por toda parte, para todos os lados que olhava, Sophia via castelos. Todos a sua volta pareciam fazer a mesma coisa: construir castelos de areia.
Para não se sentir excluída, Sophia achou um canto, sentou-se, juntou um punhado de areia e começou a construir seu próprio castelo. Tão logo começou seu trabalho, reparou em algo engraçado. Algo que ninguém parecia ter notado. O mar. Sophia percebeu que o mar avançava em direção a areia. Em direção as pessoas. Em direção aos castelos. Será que ninguém percebia que, cedo ou tarde, o mar ia alcançar os castelos?
Sem querer estragar a brincadeira de todos, a menina balançou a cabeça e tentou esquecer das ondas que ameaçavam as construções. Mas, quanto mais trabalhava, mas tinha a sensação de que aquela era uma brincadeira muito boba e sem sentido. Porque perder todo esse tempo construindo um castelo que vai desmoronar?
Tentou avisar as pessoas. Mas ninguém queria ouvir. Alguns lhe falavam que construíam castelos somente para se distrair, alguns diziam que, se o castelo fosse grande o suficiente, o mar não iria destruí-lo e alguns simplesmente diziam que não havia mar algum e que ela deveria parar de pensar besteira. É verdade que uma velinha, ao ouvir Sophia falar do mar, olhou bem para a menina e falou: “Não é que você tem razão?” e foi embora da praia. Mas a maioria das pessoas não queria ouvir falar de mar nenhum.
Sem saber bem o que fazer, Sophia resolveu voltar para seu castelo. Construiu bonitas torres e um lindo muro e uma ponte grande e imponente. Passou horas construindo, mas, a cada segundo, Sophia sentia o mar chegando mais perto, e isso a enchia de temor.
Finalmente o mar derrubou um castelo. Sophia deu um grito de horror ao ver o que tinha acontecido. Mas ninguém mais notou. Ou ninguém pareceu notar. Todos estavam entretidos com seus próprios castelos, e ninguém queria saber do castelo dos outros.
Horrorizada, Sophia continuou trabalhando e tentou esquecer do mar. Mas, vez ou outra, olhava na direção do mar e podia vê-lo chegando, cada vez mais perto, cada vez mais ameaçador.
E assim foi o dia de Sophia na praia. No final, todos os castelos foram destruídos pelo mar e só sobrou o de Sophia. E então, Sophia não podia mais fingir que o mar não existia, e não podia mais fingir que seu castelo iria durar para sempre. E Sophia olhou para todos em volta e perguntou, em um grito:
“Porque vocês me deixaram construir esse castelo? Porque não me avisaram que ele estava fadado? Porque continuaram construindo os seus castelos quando sabiam muito bem que eles não iriam durar? Porque fizeram isso comigo?”
Ninguém respondeu.
dos últimos tres posts, esse terceiro foi o que eu mais gostei. quero virar amigo da sophia, me apresenta? beijosx
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