Se você digitar "escola americana de santos" no Google, assim, com aspas mesmo, e clicar no primeiro link da página de resultados, vai descobrir o antigo portal da escola em que estudei durante toda minha infância. Eu fiz isso hoje, não sei porque. E eu entrei no site.
Bem-Vindo a Escola Americana de Santos
Santos, 8 de Janeiro de 2010.
A Escola Americana de Santos não existe mais. Eu sei disso. As salas de aula, os corredores, a sala de musica, todos eles deixaram de existir da forma como eu os conhecia, e aparecem vazios e assustadores na minha memória, ao som de distantes risos infantis.
Apesar disso, quando li a mensagem de boas vindas, de alguma forma me senti transportado para aquele lugar, como se a própria alma daquela que foi minha segunda casa abrisse os braços para mim e me chamasse para perto. "Bem-Vindo a Escola Americana de Santos". E eu chorei. Chorei como um filho orfão que acorda de madrugada, sonhando ter ouvido a voz de sua mãe numa canção de ninar. Chorei como um soldado que foi lançado a guerra antes mesmo de aprender a manejar uma arma. Chorei e desejei com toda a minha força poder me transportar de volta para minha antiga escola.
Existe um ditado que diz que a juventude é uma vida ainda não tocada pela tragédia. E eu acho que é isso que faz doer meu coração, ainda enquanto escrevo, cada vez que lembro da frase "Bem-Vindo a Escola Americana". Não é da minha velha escola que sinto falta. Sinto falta de mim. Sinto falta da minha antiga vida, não tocada pela tragédia; mas que o mundo inteiro saiba que, para este que vos escreve, não existe vida que não seja tragédia e não existe juventude que não seja linda. E amadurecer nada mais é do que um efeito colateral da tragédia que é perder-se num emaranhado de memórias demais e tempo de menos. E não existe juventude que dure para sempre, nem tragédia que vá embora. E também não existe maturidade que compense. Vida, tragédia, juventude e maturidade são elementos entrelaçados para sempre em um conceito absurdo e paradoxal, como quatro lados de uma mesma moeda.
E eu nunca vou deixar de chorar pela minha velha escola.
'E amadurecer nada mais é do que um efeito colateral da tragédia que é perder-se num emaranhado de memórias demais e tempo de menos. E não existe juventude que dure para sempre, nem tragédia que vá embora. E também não existe maturidade que compense.'
ResponderExcluirachei isso lindo demais.
wow, muito bom mesmo!
ResponderExcluirparabéns :)
partilho dos dois comentários acima! sem mais nem menos... muito bom
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